“A melhor coisa da nossa vida é a família.” SERÁ?
Frases como estas são muitas vezes publicadas e partilhadas nas redes sociais.
Seria muito bom que assim fosse: famílias equilibradas, respeitadoras da individualidade dos seus membros…
…Mas, na vida real, existem muitas famílias que impedem os seus membros de expressar com liberdade sentimentos, opiniões e conversas. Reprimem o verdadeiro eu e provocam desequilíbrio emocional. São as chamadas famílias tóxicas, independentemente do seu extrato social
A toxicidade no seio familiar passa, ao nível mais profundo, pelo facto de os membros integrantes do mesmo serem destituídos de autoconhecimento.
Aprisionados a regras, padrões e crenças que destroiem e escondem o verdadeiro eu, os adultos adoptam atitudes destrutivas para consigo mesmos e, consequentemente, com os restantes membros do agregado familiar.
Fácilmente, os filhos são alvo de agressões físicas e/ou psicológicas. O clima afetivo e estável que provoca um crescimento saudável não existe.
São várias as atitudes destrutivas dos pais para com os filhos:
*conflitos e agressões contínuas e permanentes entre o casal
*pais que utilizam os filhos, numa situação de divórcio, para brigarem um com o outro
*pais e mães frustrados que obrigam os filhos a cumprirem os sonhos que eles próprios não conseguiram cumprir, sem se preocuparem com o verdadeiro interesse das suas crias
*imposição de religião, partido político, clube de futebol e carreira profissional
*pais e mães que projetam a sua “culpa”, medos e fracassos nos filhos. Desprovidos da sua força interior, desresponsabilizam-se dos seus atos, escolhas e ações, tornando os filhos ou um dos filhos no seu bode expiatório – a pessoa sobre a qual recaem as “culpas” alheias
*não falar sobre os problemas
*desleixo total
*manipulação psicológica: quando os pais tentam mudar o comportamento ou a percepção dos filhos por meio de táticas indiretas, enganosas ou dissimuladas
*distanciamento emocional: ausência de compreensão, de apoio, de carinho, abraços e beijos
Crescer num ambiente tóxico afasta-nos dos nossos sentimentos. Cria ansiedade, stress, depressão, transtornos da personalidade, dependência emocional, sentimentos de inferioridade, baixa auto-estima, medos e insegurança de problemas e na tomada de decisões – de um modo tão profundo e ao nível do subconsciente e inconsciente que nem se percebe a falta de amor próprio que prevalece dentro de nós.
As feridas emocionais instalam-se e é preciso humildade e coragem para transformar estas sombras em luz.
Expandir a consciência através da abertura ao conhecimento, sempre e cada vez mais à nossa disposição, e fazer meditação na quietude e no silêncio torna-se indispensável.