A grande maioria das famílias são uma ilusão. Sendo constituídas por pessoas, estando a maioria desconectadas da sua essência única e genuína, o conflito interno existe dentro de cada um dos membros da família e, consequentemente, entre os membros da família.
Crescer no seio familiar, independentemente do extrato social-económico e cultural, pode ser bastante tóxico e impeditivo de amares o eu.
São várias as atitudes destrutivas dos pais para com os filhos:
- conflitos e agressões contínuas e permanentes entre o casal;
- pais, que numa situação de divórcio, utilizam os filhos para brigar um com o outro;
- pais e mães frustrados que obrigam os filhos a cumprirem sonhos que eles não conseguiram alcançar, sem se importarem com o verdadeiro interesse das suas crias;
- imposição de partido político, clube de futebol, religião, carreira profissional;
- pais e mães que projetam a sua “culpa”, medos e fracassos nos filhos. Desprovidos da sua força interior, desresponsabilizam-se dos seus atos, escolhas e ações, tornando os filhos ou um dos filhos no seu bode expiatório – pessoa sobre a qual recaem as culpas alheias;
- não falar sobre assuntos que precisam ser resolvidos;
- desleixo total;
- manipulação psicológica: quando os pais mudam o comportamento ou a percepção dos filhos por meio de táticas indiretas, enganosas ou dissimuladas;
- distanciamento emocional: ausência de compreensão, de apoio, de carinho e de incompreensão da cria;
- crescer num ambiente de gritos, maus tratos físicos e/ou psicológicos, de medo e de incompreensão cria um adulto que procura defender-se do mundo;
- quem não conheceu a felicidade na infância vê a vida com desconfiança e temor;
- crescer com medo é viver num alto nível de stress e de ansiedade impedindo de absorver, corretamente, as aprendizagens e o conhecimento;
- crescer envolvido num ambiente onde a crítica e a disciplina rígida imperam faz com que o adulto se critique a si próprio constantemente;
- sentir-se amado apenas quando fazia o que os outros queriam gera o esquecer-se de si próprio e a constante moldagem do seu comportamento e atitudes para agradar aos outros;
- quando a figura de autoridade vacila entre a docilidade e a insensibilidade, a desconfiança instala-se;
- os abusos físicos e/ou verbais levam a criança a testar os outros através da sua força e/ou a bloquear o acesso aos seus sentimentos;
- quem não é amado na infância tem comportamentos negativos a seu respeito;
- quem recebeu amor condicionado a determinados comportamentos, aconteceu isto à maioria das pessoas, porque todos vivemos em sociedades de amor condicionado, não se sente merecedor de receber amor – veja-se como a maioria das pessoas confundem amor-próprio com egoísmo e, muitas vezes, nem sequer têm consciência de que são dignos de receber o melhor;
- uma educação autoritária e severa traz escassez de afeto e reconhecimento, provocando, muitas vezes, um nível tão elevado de exigência a si mesmo que nenhum desempenho é capaz de satisfazê-lo.
Os comportamentos tóxicos, ou seja, o medo destrutivo com que determinadas pessoas agem com outras cria os chamados relacionamentos tóxicos… …. ….